terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Concordâncias II - Série Especial


Concordâncias II

                No artigo de hoje, continuação da semana passada, trataremos de estudar a concordância dos verbos ‘ser’ e ‘tratar’. São verbos especiais, que sempre caem em concursos. Ora sobre seu significado, ora sobre seu uso gramatical. Vejamos:

  1. Ser: geralmente, tem-se um montão de regras acerca desse verbo, mas basta que saibamos ler para que concordemos, de maneira adequada e correta, o verbo ‘ser’. A principal forma de variar o ‘ser’ é com a pessoa/pronome pessoal. Quando a frase contiver pessoa/pronome pessoal, concorda-se com ele: Aline SERÁ ilusões na sua vida. / Ilusão SERÃO elas na sua vida. Quando não aparecer na frase nem pessoa nem pronome pessoal, a concordância pode ser feita gramaticalmente com qualquer um dos elementos: Tudo SERÁ / SERÃO flores. / Modernidade É / SÃO instituições sólidas. Porém, lembremos que, ao concordar o verbo com qualquer um dos elementos, dá-se a este elemento ênfase. Quando se quer destacar um termo, concorda-se com ele. Assim, Tudo serão flores., destaca-se ‘flores’; Tudo será flores., destaca-se ‘tudo’.Obs.: até mesmo em relação a horas, ou a dia, ou mesmo a distância, essa regrinha funciona: SÃO 25 km até lá. / É 1h. / ERAM 18h, quando chegou. / Hoje É dia 20. / Hoje SÃO 20. Nestas frases, como não há pessoa nem pronome pessoal, nem mesmo outro elementos com quem concordar, concorda-se com o numeral que está na frase.
     
  2. Tratar: as formas esquisitas de concordância com esse verbo são as em que ele se junta com o pronome SE. São três as formas de aparecerem juntos: com o SE sendo partícula apassivadora (PA), sendo índice de indeterminação do sujeito (IIS), e sendo parte integrante do verbo (PIV). Como Jack, o estripador, por partes: A. (PA), para ser apassivador – com o sentido de curar, sanar, dar tratamento –, o SE deve-se ligar a verbos transitivos diretos, com o sujeito sofrendo a ação verbal, portanto o verbo concordará com o sujeito paciente: Tratam-se males de amor!. Aqui o sujeito é ‘males de amor’, com quem o verbo concorda; B. (IIS), para indeterminar o sujeito – com o sentido de dar tratamento, cuidar –, o SE deve-se ligar a verbos que não sejam transitivos diretos (VI, VTI, VL, VTD+OD PREP.), então p verbo ficará no singular por não aparecer o sujeito na oração em si: Trata-se dos males de amor! Aqui o sujeito é indeterminado e ‘dos males de amor’ é objeto indireto do verbo ‘tratar’ (VTI); C. (PIV), para que o SE seja parte integrante do verbo, ele deve ser conjugado com o verbo e não ter função alguma na oração, deixando o verbo no singular por não ter sujeito: Trata-se de assuntos de suma importância. Aqui, como não há sujeito, o verbo é impessoal, sem flexão, sempre usado na 3ª pessoa do singular. Lembre: o verbo não é ‘tratar’ e sim ‘tratar-se’, com o SE sendo parte integrante desse verbo, assim como: referir-se, sentar-se, encaminhar-se, aproximar-se.

O sentido diz tudo nesse caso do verbo ‘tratar’, pois ele diferencia o uso de trata-se de doenças. (sentido de tratamento, cura da doença) e Trata-se de doenças. (sentido de referir-se a doenças).

Fique atento! Estudem muito e estamos sempre juntos!

Professor Diego Amorim

Nenhum comentário:

Postar um comentário