Assisti a uma aula dia desses e como fiquei impressionado com a atitude dos professores – que se diziam com orgulho ‘professor de cursinho’! – frente à aula. Eu nunca havia sentado numa cadeira de aluno para ter aulas de Microeconomia. Sempre me achei meio burro para entender tais teorias. Propus-me a ser aluno de novo. Tive uma visão completamente diferente da que tinha sobre a atitude dos professores.
Objetivo! Uma palavra que pode definir uma boa aula e uma aula ruim! Ter um objetivo claro e definido para uma aula é essencial. O aluno paga caro – sempre será caro para ele, é seu dinheiro – por uma oportunidade de aprender. Olha a importância disso! Ele quer aprender, quer saber, quer entender e quer passar! Os professores têm a tarefa de dar a melhor aula sempre, a cada uma delas – nunca há uma aula igual a outra. “Põe o quanto és no mínimo que fazes.” Fernando Pessoa o escreveu e se encaixa perfeitamente numa sala de aula.
Depende de nós, professores, despertar no aluno aquela fagulha de vida, de brilho, de fogo, que faz com que ele se ajeite na cadeira, não pisque, sorria, aprenda, se deleite em estar ali na sua frente e, como num passe de mágica, entenda aquilo que antes era impossível! Cabe a nós prepararmos a melhor aula das nossas vidas sempre. Eles merecem isso; eles, os alunos, precisam disso!
Não podemos nos dar o luxo de simplesmente entrar em sala e ministrar a aula como se fosse uma obrigação torturante, pois ‘poderíamos estar em outro lugar’. A escolha de estar ali, na sala, é dos professores. Então, coloquemos o quanto somos em cada palavra falada, em cada gesto feito, em cada assunto de que tratamos.
Naquela fatídica sala de aula, o professor não escolheu dar aula. Estava ali por obrigação. Sempre dizendo ser ‘domingo à tarde’. Sempre com o pensamento em outras coisas que não no objetivo de todos ali: entender para passar! Seu pensamento era de que ‘sei tudo e vocês nada’; ‘falo e vocês têm de entender’; ‘deveria estar em outro lugar’. Não preparara aula, por não valorizar o que cada um dos alunos ali presentes tinha como sonho.
Não é essa atitude que se espera de um professor. Espera-se qualidade; envolvimento pessoal com o assunto, com a aula, com o aluno; espera-se a mágica de fazer o olho brilhar quando entende; espera-se o poder de seduzir desde o mais interessado até o mais descrente dos alunos. Esse é o poder de fazer da aprovação o desejo de todos – professores e alunos –, agentes diretos dessa relação de sala de aula.
Foco naquilo que você definiu como prioridade: dar aula! Planejar cada assunto em cada seguimento mais lógico para o aluno. Quando você se propõe a ensinar, não há nada que o impeça de fazer com que seu aluno aprenda! Tenha muita sede de ensinar, tudo pode se tornar interessante. Escolhamos ensinar somente o que cai em concursos públicos. Direcionemos nossas aulas e não percamos tempo com macetes e com supostas fórmulas mágicas que não acrescentam nada para nosso aluno poder alcançar seus objetivos. Não ensinemos regra quando ela por si só é insuficiente para resolver o item. Entendamos o contexto da teoria, sua lógica original e passemos isso para o aluno. Não podemos esconder o ‘pulo do gato’.
Nossa profissão é linda! Nosso sucesso depende do sucesso do outro, do aluno. Ele, alcançando seu objetivo, faz com que também alcancemos o nosso. Focalizemos sempre o que queremos sem limites! Não deixemos ninguém nos impedir de fazer o aluno encontrar seu sonho. Vendemos sonhos, vendemos caminhos para sonhos. Seja você, colega professor – quem sou eu para dizer, mas ouvi isso de uma aluna! –, o responsável pela condução do sucesso de seu aluno. Ninguém mais é mais responsável pela condução desse barco do que nós. Junto com os alunos somos a tropa de frente! Estejamos preparados e os preparemos para isso!
Há dois caminhos: passar pela vida sem fazer diferença para ninguém e passar pela vida fazendo diferença para muita gente. Escolho a última em cada sala de aula que entro. E você, professor?
Professor Diego Amorim