sábado, 4 de junho de 2011

Este e Esse - qual devo usar e em que situação?

“Que país é esse?” ESSE ou ESTE?

Devo desculpas ao meu respeitável público. Por obrigações com o pessoal que fez a prova para SEPLAG-DF, Auditor, e para PGDF, para elaboração dos recursos das provas discursivas, não havia escrito ainda esta coluna, que tanto estimo, e pela qual nutro tão grande valor! Soou falso? Mas não foi. Essa linguagem nem deveria constar de documentos oficias por não permitirem impressões individuais de quem comunica.

Meu caso com vocês é diferente. Aqui temos intimidade o suficiente para que falemos de uma maneira despojada de assuntos sérios como a língua portuguesa e o circo que a envolve.

O tema da coluna de hoje ficará por conta dos famigerados ESTE, ESSE e seus afins. Meu Deus! Quantos erros dessa natureza tiraram candidatos fortes de listas importantes de concursos. Na redação, é fatal errar uma expressão dessas, pois, se sua nota estiver no limiar da média, o erro pode custar sua aprovação.


1.     Vejamos o uso correto. Muitos professores ensinam somente um terço da questão em si. Falam do fato de ser anafórico – referir-se à expressão anterior, já escrita – o pronome ESSE; e de ser catafórico – referir-se a expressão posterior, que ainda será escrita – o ESTE. 

Estava tudo bem aos 30min de jogo, NESSE instante caiu um raio no campo.

Passar! Meu sonho é ESSE.

ESTE é meu sonho: passar!

Comecemos os poréns! Quando houver necessidade de citar dois elementos anteriores, para evitar ambiguidade, usa-se o ESTE.

Ana e Bia saíram: ESTA comprou sapatos; aquela, bolsas. (ESTA=Bia; Aquela=Ana)

Não. Não posso usar o ESSE, pois ele se refere ao elemento anterior e no caso temos dois. Não se afirmaria a qual dos dois o autor da frase poderia se referir.

2.     Na questão do uso em relação ao tempo, usa-se o ESTE para indica tempo presente ou futuro mais próximo. E ESSE quando se referir ao passado.

NESTE domingo, haverá corrida de F1. (ou se refere a hoje ou ao próximo domingo)

Massa venceu a prova de F1 DESTE domingo. (pelo verbo no passado, pode-se afirmar que era domingo quando se escreveu a sentença.)

Nessa semana, houve bastante protesto. (deve ser uma semana passada e não a que se está no momento ou se não houve referência clara, deve-se grafar NESTA.)

3.     Na questão de espaço, lugar, deve-se usar o ESTE indicando ‘aqui’ e ESSE indicando o ‘aí’.

O Brasil é uma nação de vencedores. ESTA / ESSA nação deve muito ao seu povo.

Aqui tanto faz – expressão que linguistas como Bruno Pilastre odeiam –, pois temos usos distintos, reparem:

Se usar ESTA, refiro-me ao lugar, aqui no Brasil. Mas se uso ESSA, posso me referir a ‘nação’ dita anteriormente. Portanto, o uso é indiferente, mas os motivos são distintos mesmo.

Cuidado. Em provas de concursos, especialmente nas de redação, fica a dica de sempre prestar atenção quando do uso de tais expressões.

Na próxima semana, teremos artigo relacionado à confecção de uma boa redação discursiva. Não percam a chance de comentar e mandar suas sugestões e dúvidas.

Professor Diego Amorim

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Presidente ou presidenta?


De acordo com vários gramáticos e com os dicionários a palavra presidente tem sua variante no feminino no uso do artigo – o presidente e a presidente – ou na palavra presidenta. Até aí sem problemas, pois a língua é viva e possui variados registros, inclusive os da fala.

O problema reside no fato de que não se deve confundir o dicionário com a gramática. O fato de uma palavra existir dicionarizada não significa que seu uso é correto em determinado ambiente linguístico. Gírias, por exemplo, são dicionarizadas por pertencerem ao léxico da fala como um todo, porém não devem ser utilizadas em ambientes formais.

Sendo assim, delimitando o uso da expressão ‘presidenta’ ao cotidiano, informal, não-padrão, aceita-se seu uso como normal. Porém, em ambiente formal jamais deveria ser aceita essa expressão, pois fere a lógica gramatical das palavras terminadas em ‘ente’ e que não precisam de feminino para serem expressas corretamente. 

O fato é: o cargo de Presidente da República, ocupado por seja lá quem for – fato esse que não desmerece a mulher, apenas impessoaliza o cargo, como deve ser. Portanto, ao se referir à presidente de maneira formal use ‘a presidente’; quando numa conversa informal, ‘a presidenta’.

 Finalizando a conversa acima, não da competência da presidente Dilma mandar ou desmandar no uso da língua portuguesa. Se ela acha mesmo que todos têm liberdade neste país, que deixa até uma mulher ser presidente (calma os mais afoitos! Não é preconceito, mas pura ironia, pois ela quer com a palavra feminina impor respeito e liberdade às mulheres!), para que mandar ser chamada assim pelos veículos de comunicação. Vá cuidar do Palocci e do governo e deixe a impressa como deve ser: livre!