As provas discursivas dos concursos públicos estão mudando. Não são mais cobrados em massa apenas temas para que se discorra sobre eles, simplesmente. Solicitam-se pareceres, notas técnicas e estudos de caso – redações cada vez mais específicas. Como estudar para elas? Há uma maneira certa de se escrever um parecer e uma nota técnica? Qual a diferença entre esses textos?
São vários os questionamentos sobre essas redações. Antigamente, as bancas solicitavam um texto dissertativo sobre tema geral da atualidade. Era uma afirmação simples sobre a qual deveria ser escrito um texto coeso e coerente, com argumentos pertinentes e uma conclusão plausível. Depois, as bancas passaram a cobrar conteúdos específicos para se analisar, nas provas discursivas de concursos. Criaram-se os famosos tópicos que, necessariamente, devem ser abordados. Assim, poder-se-ia cobrar o conteúdo do edital também nas discursivas.
Há pouco tempo se instituiu para as provas que se analisasse um caso específico, uma situação-problema. Com conhecimentos diversos acerca das áreas de Direto, Administração Financeira Orçamentária, Gestão de Pessoas, os candidatos devem analisar uma situação proposta e dizer em caso legal ou teórico se encaixa tal problema e como resolvê-lo. O Estudo de Caso é uma maneira de se cobrar da linguagem do candidato. Ela é mais objetiva, mais clara, mais específica. Com o Estudo de Caso, pode-se aprofundar a cobrança nas provas de redação dos concursos públicos. Ele é a base do Parecer e da Nota Técnica – outros dois tipos de redação específicas que saem da esfera pública para as provas.
O parecer consiste na opinião emitida por servidor ou prestador de serviços especializados em determinado assunto técnico ou informação específica da área responsável. Porém, em âmbito de concursos públicos deve-se ter em mente que não será cobrada do aluno a estrutura de parecer que consta de manuais de redação dos órgãos públicos. Quando se solicita tal tipo de texto, quer-se, apenas, provar o quanto o candidato é capaz de analisar um fato e discorrer sobre ele, opinando, dando saídas e recomendações a serem seguidas, e não o mero ‘decoreba’ de onde ficam os elementos estruturais.
O parecer é uma descrição e análise técnica sobre o assunto em questão. Tem caráter opinativo e seu objetivo é o esclarecimento de dúvidas ou questionamentos para fornecer subsídios à tomada de decisões, à interpretação de textos legais e à apreciação dos fatos – objeto da análise. Sempre se dá parecer sobre fato ou situação específicas, pontuais. Não serve um parecer dado a determinada situação para outra, mesmo que sejam parecidas.
Compõe-se o parecer de duas partes distintas: a primeira é uma análise e parecer técnico do assunto que o documento pretende fazer; a segunda é a conclusão, compreendendo o texto que finaliza a análise caracterizada anteriormente, com sugestão ou opinião técnica de encaminhamento do assunto. Existem três tipos básicos de parecer: o Administrativo – juízo emitido por especialistas, por órgãos consultivos ou por auditorias; o Técnico-científico – opinião emitida e baseada em teoria, estudos e pesquisas, nas áreas médicas pode receber o nome de Laudo; e o Jurídico – a interpretação de jurista emitida com base na legislação, na jurisprudência e na doutrina.
A Nota Técnica consiste num documento elaborado por técnicos especializados em determinado assunto e difere do Parecer pela análise completa de todo o contexto, devendo conter histórico ou fundamento legal, baseados em informações relevantes. Utiliza uma linguagem formal e impessoal, recomendando-se não usar a primeira pessoa. A Nota Técnica é emitida quando identificada a necessidade de fundamentação formal ou informação específica da área responsável pela matéria. Nos concursos, colocam-se situações a serem analisadas e sobre elas se formulam as notas técnicas. Compõe-se de três partes distintas a nota técnica: introdução – fundamentos legais, históricos ou técnicos –; desenvolvimento – análise técnica, parecer técnico –; conclusão – parecer favorável ou desfavorável, com sugestões ou proposições de providências.
Lembrando que não se deve usar, a menos que se peça por escrito, a estrutura de redação oficial, com cabeçalho, endereçamento, datas, enfim, nada que não seja o corpo de texto. A escrita a ser analisada é apenas o texto dissertativo em si, portanto, a sobriedade da linguagem, sua clareza e objetividade constarão da redação de excelência. Tanto o parecer quanto a nota técnica contêm a introdução e a conclusão diferenciadas do texto dissertativo comum. Enquanto o estudo de um caso tem na introdução um breve relato do que fora dado como situação-problema, na nota e no parecer, geralmente, começa-se com A presente nota visa(...) ou Este parecer visa(...); e termina-se com Submete-se este parecer/esta nota à consideração superior com a sugestão de(...).
Para se fazer um texto desses, específicos, com excelência, não há segredo. É treino, treino, muito treino. Treino com correção profissional para as orientações seguras quanto às devidas correções. Fazer um curso em que se receba dicas de redação de excelência, como confeccioná-la, como orientar o pensamento para se criar um texto de excelência, seguro e rápido. Então, mãos à obra, melhor, mão à caneta!
Professor Diego Amorim
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