sábado, 12 de dezembro de 2015

Você implica com o verbo implicar, pois isso implica problemas mais sérios? Ou implica o leitor em confusão sempre?


 

 

O verbo ‘implicar’ sempre permeia nossos textos quando temos de escrever de forma mais formal – como num e-mail­ profissional. Mas sabemos usá-lo mesmo?

 

Então, vamos lá:

 

O verbo ‘implicar’ possui várias regências. Ficaremos com aquelas mais usuais.

 

  1. implicar, no seu sentido mais usado, significa ‘produzir como consequência’. Nesse sentido, ele é verbo transitivo direto – aquele que tem um objeto direto da ação verbal, mas sem o uso de preposição obrigatória.
     
    Assim sendo, não se usa com a preposição ‘em’, como se vê hoje em dia por aí. Alguns gramáticos – e bancas de concursos públicos, com a ESAF (Escola de Administração Fazendária) – já aceitam esse uso moderno do idioma em relação a esse verbo.
     
    Porém, em texto formais, prefira sempre a norma culta tradicional.
     
    Ex.: Estudar implica alguns muitos sacrifícios. (e não: Estudar implica em alguns muitos sacrifícios.)
     
  2. implicar também possui o sentido de envolver / envolver-se (quando pronominal, com o pronome). Assim, o verbo é transitivo direto e indireto – aquele que pede as duas formas de completar seu sentido –, no primeiro caso; e transitivo indireto – aquele que pede o objeto da ação verbal com o auxílio da preposição – no segundo.
     
    Atentem! Agora, nesse sentido, o implicar deve ser usado com ‘em’. Confiram: quem implica implica alguém ‘em’ algo ou se implica ‘em’ algo.
     
    Ex.: Os vídeos implicaram deputadas em fraude. A deputada implicou-se em confusão.
     
  3. há também a significação de ‘ter implicância’ para o verbo implicar. Esse ninguém erra, porque ouvimos muito quando criança. Nessa acepção ele é verbo transitivo indireto com a preposição ‘com’.
     
    Todos já fizeram do irmão ou irmã seu ‘saco de pancadas’ e denúncias para a mamãe. Vejamos:
     
    Ex.: Pare de implicar com seu irmão, menino!
     
    E o verbo ‘visar’? Que tal pensarmos nele uns dias? Até a próxima!
     
    Prof. Diego Amorim

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